6 Aspectos que rodeiam a criação dos filhos.

6 Aspectos que rodeiam a criação dos filhos. Este artigo discorre sobre as causas dos problemas na criação dos filhos. Embasado no livro ACONSELHAMENTO CRISTÃO de Gary R. Collins.

O autor inicia seu relato no capitulo que fala sobre o tópico proposto, expondo um tema visto por varias gerações de estudantes de psicologia. Fala da historia do garoto selvagem que foi encontrado nas matas perto de Aveyron, na França, no final do século retrasado.

A criança não conseguia se comunicar, agia como um animal e, aparentemente, não tinha tido nenhum contato com outro ser humano por muitos anos. Com paciência e determinação, um psicólogo chamado Itard empreendeu a tarefa de tentar (praticamente em vão) reabilitar o garoto.

Se vivesse hoje, Itard talvez não tivesse melhor sorte em seus esforços de reabilitação. Mas teria muito mais dados disponíveis que poderiam ajuda-lo a entender por que pais e filhos tem problemas durante os anos de educação.

Teorias complexas sobre o desenvolvimento infantil e as psicopatologias descrevem como as pessoas amadurecem e por que surgem os problemas.

Especialistas analisaram as causas de diversos problemas, como o retardo mental, depressão infantil, diversos transtornos de aprendizagem, patologias da fala, rebeldia excessiva, violência, esquizofrenia infantil e sobre as dificuldades que muitos jovens tem de se ajustar as mudanças frequentes, tais como divorcio dos pais, períodos de hospitalização, adoção e outros tipos de estresse precoce.

Algumas pessoas podem questionar a conclusão de que temos aprendido mais sobre bebes e crianças nos últimos vinte anos do que nos dois mil anos anteriores, mas a maioria concorda que, quanto mais aprendemos, mais complicados parecem ficar os problemas.

Algumas vezes, pais e filhos nem sequer concordam sobre o que constitui um problema. Um pai pode achar que a desobediência e uma fonte de estresse familiar, mas o filho não vê problema nenhum nisso. Uma questão que não e problema numa idade (por exemplo, a enurese noturna). Só se torna um assunto importante, principalmente se persiste até mais tarde na infância ou chega ate a adolescência.

Algumas vezes, os vizinhos ou funcionários da escola podem achar que a criança tem um problema, mas os pais não concordam. Apesar dessas diferenças, ha vários temas que sempre aparecem nas discussões sobre as causas dos problemas na educação dos filhos.

1. Aspecto – Necessidades não satisfeitas.

Os psicólogos nem sempre estão de acordo no que se refere a lista de necessidades humanas básicas. As necessidades de segurança, aceitação, disciplina ou estimulo aparecem em quase todas as listas. E alguns conselheiros perceberam que as crianças deficientes, com retardo ou superdotadas tem necessidades especiais.

No entanto, a mais importante de todas é a necessidade de amor. Quando as crianças são privadas de amor e quando suas outras necessidades não são atendidas, o amadurecimento fica comprometido e frequentemente, surgem problemas.

2. Aspecto – Instabilidade no lar.

 Faz parte dos 6 aspectos que rodeiam a criação dos filhos. Quando os pais não conseguem lidar com o estresse ou quando não se dão bem um com o outro, os filhos podem se sentir ansiosos, culpados e irritados. Eles ficam ansiosos, porque a estabilidade do lar está ameaçada, culpados porque acham que são a causa das brigas, e irritados porque, geralmente são postos de lado, esquecidos e algumas vezes manipulados para tomar partido do pai ou da mãe – algo que eles não querem fazer.

Ha situações em que existe o medo de ser abandonado, física ou psicologicamente. Para fugir das pressões e expressar sua ira, milhares de jovens fogem de casa pensando em encontrar segurança em outro lugar. Alguns conselheiros de jovens usam o termo “crianças descartáveis” para descrever as crianças que são vitimas da instabilidade dos pais.’’

A instabilidade no lar pode gerar vários problemas de comportamento nas crianças. Notas baixas, brigas com os colegas e delitos menores podem ser um grito de socorro que indica problemas em casa. Num nível mais grave, pesquisadores descobriram que crianças que provocam incêndios geralmente vem de lares onde ha conflitos familiares, falta de comunicação e psicopatologias dos pais. Embora muitas crianças sobrevivam ao estresse familiar e se tornem adultos normais, bem sucedidos e bem ajustados, e correto afirmar que lares instáveis tendem a produzir filhos instáveis.

3. Aspecto – Maus tratos psicológicos.

Os maus tratos físicos de crianças tem atraído muita atenção do publico, e dos profissionais da área nos últimos anos. Muito menos perceptíveis, porém, são as ações dos pais que nunca machucam fisicamente os filhos, mas abusam deles psicologicamente, rejeitando-os, sutil ou abertamente. Criticando em excesso, castigando exageradamente (ou não castigando nunca), disciplinando de forma incoerente, humilhando, demonstrando amor de maneira intermitente (ou nunca) ou ameaçando-os, de vez em quando com o abandono.

Quando isso ocorre, as crianças geralmente apresentam problemas pessoais, ou adotam comportamentos perturbadores que irritam os pais. Os especialistas em desenvolvimento infantil tem alertado para os efeitos nocivos da superproteção, da permissividade excessiva, do rigor exagerado e do excesso de preocupação com detalhes mínimos, pois tudo isso pode gerar ansiedade e insegurança nas crianças.

Não devemos supor que os maus tratos psicológicos sejam sempre intencionais. Muitos pais ficam confusos ou oprimidos pelo comportamento do filho, não conseguem perceber as necessidades da criança e não sabem como agir. Alguns são mais tensos e tem baixa tolerância ao comportamento essencialmente normal das crianças ativas.

Esses pais precisam de estimulo e orientação para que o abuso psicológico e suas consequências nocivas sejam evitados.

4. Aspecto – Minimizar ou exagerar a importância dos aspectos espirituais.

Também faz parte dos 6 Aspectos que rodeiam a criação dos filhos a espiritualidade. Os livros de psicologia quase nunca reconhecem as bases espirituais do desenvolvimento infantil, mas a temática sobre orientação religiosa, orienta que os filhos devem receber instrução espiritual para aprender a depositar sua fé em Deus, lembrar da sua fidelidade e não se tornarem desobedientes, teimosos ou rebeldes.

Talvez não exista nenhuma pesquisa bem feita que compare o comportamento de adultos que tiveram ensino religioso com o dos que não tiveram, mas a Bíblia ensina claramente que a instrução bíblica e benéfica para as crianças; sua ausência é acertadamente nociva.

Igualmente tóxica, sem dúvida, é uma doutrinação rígida que enfia a religião na mente dos jovens, retrata Deus como um disciplinador inflexível e enfadonho e não dá espaço para que os jovens façam perguntas e alcancem a maturidade espiritual.

5. Aspecto – Influências Físicas.

 Ha varias gerações, pais e pediatras sabem que as doenças prolongadas a hospitalização e as cirurgias podem trazer transtornos para as crianças. O grau de transtorno depende da natureza da doença, dos sistemas orgânicos afetados, do tipo de tratamento necessário, das reações dos pais ou outros adultos importantes na vida da criança, e na capacidade da criança para enfrentar a situação.

O estresse de uma doença grave geralmente leva a intensa ansiedade, negativismo, retraimento, ressentimento em relação aos pais, medo e outras reações psicológicas.’ Enfrentar uma doença e difícil para qualquer um, mas e particularmente difícil para uma criança.

Para ilustrar como as influencias físicas podem acarretar problemas na criação dos filhos, o autor expõe dois exemplos para nossa análise.

• Deficiência Intelectual. Usando a linguagem um tanto formal da Associação Americana; o termo se refere a um “funcionamento intelectual significativamente abaixo da media, que ocorre concomitantemente com déficits no comportamento de adaptação, e se manifesta durante o período de desenvolvimento.”

A maioria dessas pessoas tem deficiência leve, não mostram sinais óbvios de sua deficiência intelectual, são capazes de aprender e podem conseguir empregos simples. Dentre as formas mais graves de deficiência intelectual, a síndrome de Down (as vezes também grafado “Dawn”) e, provavelmente, a mais conhecida, principalmente por causa dos traços fisionômicos característicos das crianças.

A Deficiência Intelectual pode ter varias causas. Muitas crianças não se desenvolvem normalmente porque vivem num ambiente de miséria, onde ha tão pouca estimulação que o desenvolvimento do cérebro fica atrasado e o funcionamento intelectual e obstruído.

Outras crianças com deficiência, inclusive as que tem síndrome de Down, são vitimas de mau funcionamento orgânico. Anomalias genéticas, doenças no período pré-natal, ferimentos na cabeça ou outras complicações na hora do parto, infecções infantis ou danos no sistema nervoso e varias outras enfermidades adquiridas na infância podem causar retardo.

Essas influencias físicas geralmente criam problemas mentais irreversíveis. Apesar disso, é possível ajudar os pais, membros da família e pessoas com deficiência a se ajustarem. Algumas vezes, os pais precisam de ajuda para enfrentar o fato de que o filho tem alguma deficiência e precisam de orientação sobre como educar uma criança com esse tipo de problema. Alem disso, o apoio e estimulo, informações precisas são itens importantes para ajudar os pais a enfrentarem seus sentimentos de culpa e decepção.

(b) Distúrbio do Déficit de Atenção. Estima-se que metade de todas as crianças que chegam às clinicas de saúde mental, são levadas por causa dos distúrbios do déficit de atenção (DDA). Os sintomas geralmente duram a vida inteira, mas costumam ser detectados quando a criança chega ao ensino fundamental.

Entre os sintomas mais comuns estão: baixa concentração ou incapacidade de prestar atenção, facilidade de distração, impulsividade, impaciência, incapacidade de relaxar, hiperatividade, desorganização, oscilações de humor, baixa autoconfiança, dificuldade de relacionamento com os colegas, distúrbios do sono e ansiedade.

Essas crianças parecem estar “sempre em movimento”, como se tivessem um “motorzinho”. Professores e pais frustrados vivem mandando a criança sossegar e parar de ser tão “irrequieta”, mas para muitas dessas crianças isso e fisiologicamente impossível.

Embora as causas do DDA sejam complexas, os especialistas reconhecem que o problema tem uma origem física e, provavelmente, genética. Uma teoria supõe que o DDA se origina de uma deficiência química no cérebro; em muitos casos, ocorre uma mudança espantosa no comportamento e uma redução da hiperatividade com a administração de dopamina.

6. Aspecto – Outras influências.

Experiências traumáticas precoces (tais como acidentes, um grave incêndio em casa, ou um quase afogamento), rejeição dos colegas, doença grave ou morte de pessoas importantes para a criança (inclusive pais e irmãos) e a frustração ou fracasso podem acarretar problemas mais tarde e por isso, também faze parte dos 6 Aspectos que rodeiam a criação dos filhos.

Como resultado dessas e outras experiências semelhantes, as crianças podem desenvolver conceitos errados a respeito de si mesmas, preocupação com o perigo, medo de fracasso ou rejeição, insegurança permanente ou uma atitude de violência e rebeldia.

Os parágrafos anteriores talvez pareçam desanimadores para os pais, que podem estar se perguntando se é possível educar uma criança com sucesso e sem criar problemas sérios. Talvez seja mesmo verdade que todos nós somos feridos no caminho para a maturidade.

Dois fatos precisam ser lembrados quando pensamos nesse assunto. Em primeiro lugar, parece que a maioria das crianças cresce normalmente, apesar dos erros e falhas dos pais. Em famílias com pais violentos, psicóticos, tremendamente pobres, ha casos de crianças (as vezes chamadas de “indomáveis” ou “supercrianças”) que reagem ao ambiente hostil desenvolvendo uma competência extraordinária. Situações domésticas adversas nem sempre produzem crianças problemáticas.

Em segundo lugar, ha situações em que o aparecimento dos problemas não se deve a alguma falha dos pais. Muitos pais se culpam quando os filhos se rebelam ou escolhem o mau caminho, mas às vezes o problema tem outras fontes. Os colegas podem exercer grande influência para desencaminhar uns aos outros e, algumas vezes, os fracassos ou a rebeldia são tentativas de mostrar independência.

Mesmo que os pais fossem perfeitos, ainda haveria a possibilidade de ocorrerem rebeldia e problemas, porque é natural que as crianças tenham seus próprios pensamentos e vontades. Ninguém poderia ser mais perfeito que Deus e, mesmo assim, a profecia de Isaias começa com estas palavras:

 “O Senhor é quem fala: Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim.”

O problema dos filhos nem sempre se deve a uma falha dos pais. A compreensão desse fato pode trazer animo e uma nova disposição aos pais de crianças problemáticas.

O que mais importa diante de tudo isso é que você demonstre amor pelo seu filho. Esta manifestação deve ser feita muito mais com sua atenção e carinho do que com presentes, logicamente vez ou outra dar um mimo a estes pequenos que enchem a casa de alegria, não o deixará nem mais, nem menos pobre.

Pense nisto, ame mais seu filho e viva feliz!